A traqueostomia é um procedimento que facilita a respiração em pacientes com obstrução das vias aéreas ou necessidade de ventilação prolongada. Indicada para emergências respiratórias e condições crônicas, ela melhora a oxigenação e pode ser temporária ou definitiva. Entenda mais sobre esse assunto!
Introdução
A traqueostomia é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para facilitar a respiração em pacientes com obstrução das vias aéreas superiores ou necessidade prolongada de ventilação mecânica.
É frequentemente indicada em casos de doenças neuromusculares, trauma cervical, câncer de laringe e complicações respiratórias graves.
Esse procedimento pode ser temporário ou permanente, dependendo da condição do paciente.
Neste artigo, abordaremos as indicações deste procedimento, como ele é realizado e quais os cuidados necessários no período pós-operatório. Leia até o final e saiba mais!
Quais as indicações desse procedimento?
A traqueostomia é indicada em situações que comprometem a passagem normal do ar pelas vias aéreas superiores, tornando a respiração difícil ou impossível. As principais indicações incluem:
- Obstrução das vias aéreas: Tumores na laringe, estenose traqueal, pólipos ou edema severo podem bloquear a passagem de ar.
- Insuficiência respiratória prolongada: Pacientes que necessitam de ventilação mecânica por longos períodos, como em casos de COVID-19 grave ou doenças neuromusculares avançadas.
- Traumas na face ou pescoço: Lesões graves, queimaduras ou fraturas podem impedir a passagem de ar pela boca ou nariz.
- Doenças neurológicas: Pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), AVC grave ou doenças que comprometem os músculos da respiração podem necessitar da traqueostomia para suporte ventilatório.
- Aspiração frequente de secreções: Indivíduos com dificuldades para engolir podem ter acúmulo de secreções nos pulmões, aumentando o risco de infecções.
A decisão de realizar a traqueostomia é baseada na gravidade da condição e na necessidade de manter a oxigenação adequada a longo prazo.
Como é realizado esse procedimento?
A traqueostomia pode ser feita de maneira emergencial ou eletiva, dependendo da condição do paciente. O procedimento ocorre da seguinte forma:
Técnicas de traqueostomia
- Traqueostomia cirúrgica: Realizada em centro cirúrgico sob anestesia geral. O cirurgião faz uma incisão no pescoço e abre a traqueia para inserir um tubo.
- Traqueostomia percutânea: Um método minimamente invasivo, feito à beira do leito com anestesia local, utilizando dilatadores para criar a abertura na traqueia.
Passo a passo do procedimento
- Posicionamento do paciente: O pescoço é estendido para melhor acesso à traqueia.
- Anestesia e assepsia: O local da incisão é higienizado e o paciente recebe anestesia para evitar dor.
- Incisão no pescoço: O cirurgião corta a pele e os tecidos até chegar à traqueia.
- Abertura da traqueia: Uma pequena porção da cartilagem traqueal é removida ou separada para a passagem do tubo.
- Inserção da cânula: Um tubo especial é colocado na traqueia para permitir a respiração e é fixado com pontos ou fitas.
- Conexão ao ventilador (se necessário): Em alguns casos, o paciente será conectado a um ventilador mecânico para suporte respiratório.
A duração do procedimento varia, mas geralmente leva entre 30 a 60 minutos. Após a cirurgia, o paciente é monitorado para evitar complicações, como sangramento ou deslocamento do tubo.
Como é o período pós-operatório desse procedimento e quais os cuidados necessários?
O pós-operatório da traqueostomia exige atenção especial para garantir uma boa recuperação e evitar complicações.
Cuidados iniciais (hospitalares)
- Monitoramento intensivo: Nas primeiras 24 horas, o paciente é acompanhado para avaliar a adaptação à traqueostomia.
- Higienização da cânula: A limpeza do tubo é essencial para evitar acúmulo de secreções e infecções.
- Troca de curativos: A área da incisão deve ser mantida limpa e seca.
- Aspiração de secreções: Pode ser necessário remover secreções acumuladas para evitar obstrução da via aérea.
Cuidados em casa
- Higienização diária da cânula: O tubo deve ser limpo regularmente com soro fisiológico e técnicas assépticas.
- Evitar poeira e fumaça: Substâncias irritantes podem causar inflamação e obstrução da traqueia.
- Manter boa hidratação: Ajuda a reduzir o acúmulo de secreções e facilita a respiração.
- Troca da cânula quando indicado: Dependendo do tipo, pode ser necessário substituir a cânula conforme orientação médica.
- Fonoaudiologia e fisioterapia respiratória: Auxiliam na adaptação à traqueostomia e recuperação da fala, se necessário.
Possíveis complicações
- Infecções no local da incisão
- Acúmulo de secreções, levando a obstrução da cânula
- Formação de fístulas ou estenose traqueal
- Dificuldade na fala ou na deglutição
A retirada da traqueostomia é avaliada pelo médico quando o paciente recupera a capacidade de respirar sozinho. O tempo de permanência do tubo varia de acordo com a condição subjacente e a resposta ao tratamento.