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Traqueostomia

Temo de leitura: 4 minutes.
Atualizado em: 24/03/2025.

A traqueostomia é um procedimento que facilita a respiração em pacientes com obstrução das vias aéreas ou necessidade de ventilação prolongada. Indicada para emergências respiratórias e condições crônicas, ela melhora a oxigenação e pode ser temporária ou definitiva. Entenda mais sobre esse assunto!

Introdução

A traqueostomia é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para facilitar a respiração em pacientes com obstrução das vias aéreas superiores ou necessidade prolongada de ventilação mecânica. 

É frequentemente indicada em casos de doenças neuromusculares, trauma cervical, câncer de laringe e complicações respiratórias graves. 

Esse procedimento pode ser temporário ou permanente, dependendo da condição do paciente. 

Neste artigo, abordaremos as indicações deste procedimento, como ele é realizado e quais os cuidados necessários no período pós-operatório. Leia até o final e saiba mais!

Quais as indicações desse procedimento?

A traqueostomia é indicada em situações que comprometem a passagem normal do ar pelas vias aéreas superiores, tornando a respiração difícil ou impossível. As principais indicações incluem:

  • Obstrução das vias aéreas: Tumores na laringe, estenose traqueal, pólipos ou edema severo podem bloquear a passagem de ar.
  • Insuficiência respiratória prolongada: Pacientes que necessitam de ventilação mecânica por longos períodos, como em casos de COVID-19 grave ou doenças neuromusculares avançadas.
  • Traumas na face ou pescoço: Lesões graves, queimaduras ou fraturas podem impedir a passagem de ar pela boca ou nariz.
  • Doenças neurológicas: Pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), AVC grave ou doenças que comprometem os músculos da respiração podem necessitar da traqueostomia para suporte ventilatório.
  • Aspiração frequente de secreções: Indivíduos com dificuldades para engolir podem ter acúmulo de secreções nos pulmões, aumentando o risco de infecções.

A decisão de realizar a traqueostomia é baseada na gravidade da condição e na necessidade de manter a oxigenação adequada a longo prazo.

Como é realizado esse procedimento?

A traqueostomia pode ser feita de maneira emergencial ou eletiva, dependendo da condição do paciente. O procedimento ocorre da seguinte forma:

Técnicas de traqueostomia

  • Traqueostomia cirúrgica: Realizada em centro cirúrgico sob anestesia geral. O cirurgião faz uma incisão no pescoço e abre a traqueia para inserir um tubo.
  • Traqueostomia percutânea: Um método minimamente invasivo, feito à beira do leito com anestesia local, utilizando dilatadores para criar a abertura na traqueia.

Passo a passo do procedimento

  1. Posicionamento do paciente: O pescoço é estendido para melhor acesso à traqueia.
  2. Anestesia e assepsia: O local da incisão é higienizado e o paciente recebe anestesia para evitar dor.
  3. Incisão no pescoço: O cirurgião corta a pele e os tecidos até chegar à traqueia.
  4. Abertura da traqueia: Uma pequena porção da cartilagem traqueal é removida ou separada para a passagem do tubo.
  5. Inserção da cânula: Um tubo especial é colocado na traqueia para permitir a respiração e é fixado com pontos ou fitas.
  6. Conexão ao ventilador (se necessário): Em alguns casos, o paciente será conectado a um ventilador mecânico para suporte respiratório.

A duração do procedimento varia, mas geralmente leva entre 30 a 60 minutos. Após a cirurgia, o paciente é monitorado para evitar complicações, como sangramento ou deslocamento do tubo.

Como é o período pós-operatório desse procedimento e quais os cuidados necessários?

O pós-operatório da traqueostomia exige atenção especial para garantir uma boa recuperação e evitar complicações.

Cuidados iniciais (hospitalares)

  • Monitoramento intensivo: Nas primeiras 24 horas, o paciente é acompanhado para avaliar a adaptação à traqueostomia.
  • Higienização da cânula: A limpeza do tubo é essencial para evitar acúmulo de secreções e infecções.
  • Troca de curativos: A área da incisão deve ser mantida limpa e seca.
  • Aspiração de secreções: Pode ser necessário remover secreções acumuladas para evitar obstrução da via aérea.

Cuidados em casa

  • Higienização diária da cânula: O tubo deve ser limpo regularmente com soro fisiológico e técnicas assépticas.
  • Evitar poeira e fumaça: Substâncias irritantes podem causar inflamação e obstrução da traqueia.
  • Manter boa hidratação: Ajuda a reduzir o acúmulo de secreções e facilita a respiração.
  • Troca da cânula quando indicado: Dependendo do tipo, pode ser necessário substituir a cânula conforme orientação médica.
  • Fonoaudiologia e fisioterapia respiratória: Auxiliam na adaptação à traqueostomia e recuperação da fala, se necessário.

Possíveis complicações

  • Infecções no local da incisão
  • Acúmulo de secreções, levando a obstrução da cânula
  • Formação de fístulas ou estenose traqueal
  • Dificuldade na fala ou na deglutição

A retirada da traqueostomia é avaliada pelo médico quando o paciente recupera a capacidade de respirar sozinho. O tempo de permanência do tubo varia de acordo com a condição subjacente e a resposta ao tratamento.

Dra.Adriana Brasil

CRM 87876-SP

Cirurgiã de Cabeça e Pescoço RQE nº 22482 e Cirurgiã Oncológica RQE nº 122146.
Formada em Medicina pela UNICAMP, com especialização em cirurgia oncológica pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), com mais de 25 anos de experiência.

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